Em 100 dias, Bolsonaro cumpre mais promessas que Dilma e Temer no mesmo período

Do G1/DF e GLOBO

Os cem primeiros dias do governo Jair Bolsonaro registraram avanços na economia e na infraestrutura, impasses na articulação política e problemas sérios na Educação e nas Relações Exteriores.

No campo político, os solavancos foram proporcionais à inabilidade do presidente. Na área econômica, o governo tenta resolver o drama fiscal, a partir da proposta robusta de reforma da Previdência, e recolocar o país no caminho do crescimento.

O governo chega à marca simbólica sem ter uma base formal de apoio no Congresso, ainda em busca de um novo tipo de relacionamento com o Legislativo.

Se por um lado ainda não conseguiu articular uma estratégia clara para aprovar a reforma da Previdência, por outro também não sofreu nenhuma derrota grave; as “pautas-bomba” que ameaçaram gestões anteriores estão fora do radar até agora.

Depois de quase três meses de rejeição aos partidos políticos e às negociações tradicionais, de indicação de aliados para postos na administração e liberação de verbas, o presidente Jair Bolsonaro deu sinal de uma inflexão na sua estratégia.

Na semana passada, reconheceu que a articulação política não está funcionando a contento e abriu as portas de seu gabinete pela primeira vez aos partidos. Apesar das fotos, há ceticismo no Congresso.

Um dos principais focos de atrito é a uma parcela estridente de apoiadores de Bolsonaro, insuflada por seus filhos, que ataca tudo e todos que percebam como não-alinhados a Bolsonaro.

Essa postura de gerar polêmicas de modo contínuo é apontada como empecilho para uma aproximação verdadeira. A estratégia por trás desses ataques constantes é buscar a construção de vitórias no Congresso por pressão da sociedade, tentando formar maioria de fora para dentro.

O vereador do Rio Carlos Bolsonaro, o filho 02, como diz o presidente, é o que tem a atuação mais destacada neste campo. Sua intervenção foi fundamental para a primeira mudança no ministério. Gustavo Bebianno (Secretaria-Geral) entrou no foco após denúncias sobre candidaturas laranjas no PSL, mas só deixou o cargo por ter entrado na mira de Carlos.

A outra queda de ministro nesses cem dias foi a de Vélez Rodríguez (Educação), que deixou a função por falta de competência gerencial.

O presidente, por sua vez, manteve até agora Marcelo Álvaro Antônio (Turismo), citado no mesmo caso que Bebianno. Na tentativa de arbitrar disputas no governo, Bolsonaro já desautorizou ministros, como Sergio Moro (Justiça), forçado a recuar de uma nomeação.

A maior vitória na política até o momento foi a eleição de Davi Alcolumbre (DEM-AP) para a presidência do Senado, derrotando Renan Calheiros (MDB-AL).

PROMESSAS

Em 100 dias, o governo de Jair Bolsonaro cumpriu 1/5 das promessas feitas durante a campanha eleitoral. Dos 58 compromissos firmados no período e que podem claramente ser mensurados, 12 foram cumpridos em sua totalidade, de acordo com levantamento feito pelo G1. Outros quatro foram parcialmente atendidos, e 40 ainda não foram cumpridos. Dois compromissos não têm como ser avaliados no momento.

Na comparação com os ex-presidentes Dilma Rousseff e Michel Temer em 100 dias de governo, Bolsonaro cumpriu 12 das 58 promessas, Dilma, 5 das 55, e Temer, 3 das 20.

 

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