O Boletim de Petróleo e Gás referente ao primeiro trimestre de 2025, divulgado pela Secretaria de Desenvolvimento, da Ciência, da Tecnologia e da Inovação, trouxe um dado que merece ser debatido com lupa pela população potiguar. Três prefeitos de pequenos municípios do Oeste potiguar estão, literalmente, com os cofres abarrotados de dinheiro público. E, convenhamos, não têm o menor direito de reclamar de falta de recurso.
Enquanto Mossoró, a segunda maior cidade do estado, com seus quase 300 mil habitantes, recebeu pouco mais de R$ 6 milhões em royalties entre janeiro e março deste ano, Grossos, com pouco mais de 10 mil habitantes, encheu os cofres com R$ 18,6 milhões no mesmo período. Sim, você leu certo: Grossos recebeu três vezes mais do que Mossoró.
Na sequência dos milionários do interior vêm Alto do Rodrigues, governada pela prefeita Dra. Raquel Bessa (PP), que abocanhou R$ 15,7 milhões, e Serra do Mel, comandada por Kenio Azevedo (PP), com R$ 14,6 milhões de repasse. Todos esses valores se referem apenas ao primeiro trimestre de 2025.
Ou seja, quase R$ 50 milhões nas mãos de três prefeituras pequenas em apenas três meses.
Se mantido esse ritmo até o fim do ano, o acumulado poderá ultrapassar os R$ 196 milhões, valor superior ao orçamento anual de muitos municípios de médio porte.
Com administrações de pequeno porte, folhas salariais modestas e poucas demandas urbanas se comparadas a centros maiores, esses municípios estão, sem exagero, nadando em dinheiro.
Grossos
No município de Grossos, a prefeita está torrando dinheiro com festa. No primeiro trimestre do ano, a Prefeitura investiu mais recursos em eventos do que na educação. De acordo com dados do Portal da Transparência, entre 1º de janeiro e 17 de março, a Secretaria de Turismo e Eventos já havia desesmbolsado R$ 2.738.544,18, e se tornou a segunda pasta com mais gastos até aquela época. O montante supera o valor aplicado na educação para o periodo, que soma R$ 2.566.624,39.
No pequeno município da Costa Branca, há várias denúncias de atraso no pagamento a fornecedores, acúmulo de lixo, ruas esburacadas e insegurança.
Ismael Sousa