A população da vila de Alcanorte, composta pelas alas A, B e C, está vivendo um momento de grande apreensão. No dia 17 de julho, de acordo com uma decisão judicial, os moradores serão obrigados a deixar suas casas. Essa situação tem causado preocupação especialmente entre os idosos, que compõem parte significativa da comunidade.
Segundo informações apuradas, o município salineiro já está se organizando para lidar com essa situação, oferecendo apoio de assistência social e psicólogico aos moradores. No entanto, a empresa responsável pela desapropriação se dispôs a ser a depositária dos pertences das famílias que não têm para onde levá-los após deixarem o local. A empresa se comprometeu a cuidar dos pertences até que as famílias encontrem uma nova moradia.
No entanto, é válido questionar como essa mesma empresa pode oferecer-se como depositária dos pertences das famílias, quando não foi capaz de cuidar adequadamente de seu próprio patrimônio. Além disso, é importante ressaltar que a empresa adquiriu essas terras em 2020 com a intenção de construir uma fábrica de fertilizantes, mas até o momento, em 2023, não há qualquer movimentação nesse sentido.
O caso envolve os moradores da comunidade de Alcanorte, em Macau-RN, que estão enfrentando a ameaça de despejo. A empresa Suape Garrido Comercio Internacional LTDA., que adquiriu os bens da antiga massa falida do complexo industrial local, está disposta a negociar apenas as 40 casas da categoria C, deixando os moradores das alas A e B sem qualquer opção de acordo. Os moradores aguardam posicionamento da Caixa Econômica Federal para obter financiamento, uma vez que o valor solicitado por cada unidade é de R$ 33.660,20, abaixo do valor mínimo de financiamento oferecido pela instituição.
A Companhia Estadual de Habitação e Desenvolvimento Urbano do RN (Cehab) informou que o governo estadual tentou mediar uma negociação entre a empresa e os moradores para que estes pudessem adquirir as casas por meio de financiamento junto à Caixa Econômica Federal. No entanto, cabe aos moradores buscar a viabilização dessa linha de crédito. A Cehab ainda buscou um acordo judicial para evitar os despejos, mesmo não tendo responsabilidade direta sobre a situação.
Os moradores relatam que a empresa se recusa a negociar as 30 casas das alas A e B. Já os moradores das quadras D e E obtiveram a posse definitiva de suas casas em 2022. As casas nas alas A e B têm valores avaliados em R$ 75.692,66 e R$ 53.684,20, respectivamente.
A Cehab destaca que 74 moradores de Alcanorte não foram contemplados com a desapropriação promovida pelo governo estadual, pois não se enquadram em situação de vulnerabilidade social, possuindo renda acima de três salários mínimos. Essas casas também não foram classificadas como moradias de interesse social. Das 220 residências no total, o governo desapropriou 154 delas.