“É o bicho, é o bicho, vou de devorar, crocodilo eu sou”. Este é o famoso refrão da música imortalizada pelo cantor baiano Ricardo Chaves, considerado um dos maiores puxadores de trios do Brasil e que foi o mote para dar início ao primeiro dia de mela-mela do Carnaval de Macau em 2015, em um, percurso de cerca de seis quilômetros de extensão.
Apesar de já ter se apresentado outras vezes no carnaval de Macau apenas no palco de eventos do Largo Cultural Mestre Avelino, esta foi a primeira vez que Ricardo Chaves puxou um trio no mela-mela. “As outras vezes que estive aqui em Macau foi apenas ao palco. Ainda não tinha tido a oportunidade de ver a dimensão desta festa dentro do famoso mela-mela e agora mais do que ver, comandar o ritmo dessa multidão de pessoas, me deixou muito impressionado. E o que me admirou mais foi que vi uma festa de paz”, disse Ricardo Chaves, logo após encerrar sua apresentação de cerca de quatro horas de duração.
Um dos reis do axé baiano fez os mais de 100 mil foliões que transformaram o percurso em um mar de gente, não ficar parado um só instante. Parecia que tinham esquecido do aumento dos combustíveis, da inflação, da violência urbana, dos problemas pessoais e com ou sem fantasia, às vezes fazendo parte de um dos diversos blocos particulares que se misturam em meio ao mar de gente que segue os trios elétricos, caíram com força e disposição na folia.
Segundo o prefeito de Macau, Kerginaldo Pinto, apesar da imensidão de pessoas que vem para cidade durante o carnaval, a estrutura de Macau tem comportado muito bem o aumento expressivo da população. “O carnaval de Macau é muito tradicional e deixa na economia da cidade um aporte de recursos em torno de R$ 100 milhões. Só para se ter uma ideia, 7% da população da cidade que fica durante o carnaval é de Macau. Os outros 93% são de pessoas que vindas de outras cidades do RN, do Nordeste e até de outros estados do Brasil”, disse o prefeito Kerginaldo Pinto.