A palavra auto engano refere-se aos fenômenos relacionados a mentir para si mesmo. Esta é uma das grandes armadilhas da mente. O auto engano ocorre em situações onde convencemos a nós mesmos de uma realidade que é falsa, mas fazemos isso de forma inconsciente.
A diferença entre mentira e auto engano é que, na mentira, a pessoa está ciente de que não está dizendo a verdade, enquanto no auto engano aceita como verdade uma realidade que é falsa sem ter consciência disso. A agenda do prefeito de Macau Túlio Lemos se encaixa bem nas duas situações.
O exemplo mais conhecido de auto engano funcional é encontrado na fábula da raposa e as uvas. Nessa fábula, a raposa caracterizada pela sua astúcia é atraída por um suculento cacho de uvas e tenta alcançá-lo saltando repetidamente. Depois de algumas tentativas sem sucesso, a raposa para de tentar e enfrenta a sua frustração através do auto engano.
Ela se convence de que não quer mais as uvas acreditando que não estavam suficientemente maduras. Assim faz Túlio quando tenta ou mentindo ou se auto enganando passar para opinião pública que está muito bem obrigado e que agora vai trabalhar por Macau, coisa que não fez nos últimos 30 meses de sua gestão.
Túlio é um prefeito que ao invés de se preparar para adquirir as habilidades necessárias para alcançar os seus objetivos, continua mentindo para si mesma acreditando que o que ele deseja já não é tão importante ou não vale a pena o esforço necessário.
Talvez essa seja a razão das repetidas promessas do prefeito de recuperar o campo do Walter Bichão, que ele mesmo deixou que fosse destruído pelo abandono. Túlio também mentiu ou auto se enganou, quando lançou esse ano para alegria temporária dos funcionários da prefeitura, um calendário de pagamento que vem sendo rigorosamente descumprido por ele mesmo.
Hoje Túlio aparece na mídia em Brasília, vestido com a indumentária de prefeito jurando para ele que o povo de sua cidade acredita que ele trará algum benefício para Macau, esquecendo que esta é bem a terceira ou quarta viagem dele a capital federal em vão, pois falta gestão e projetos, e sem isso, político nenhum adquire respeito lá em cima, muito menos goza de credibilidade e prestígio para trazer benefícios para a sua cidade, apostando que na base da conversa de boca consegue recursos.
Túlio vive uma ilusão que tem data de validade porque seu efeito não dura para sempre. Em longo prazo, ele vai acabar se conscientizando deste engano e se decepcionando de alguma forma consigo mesmo. Para a raposa o ato de mentir para si mesma é útil para evitar o desconforto que deriva do fracasso por não ter satisfeito a sua necessidade de alcançar as uvas. Infelizmente, o prefeito de Macau vive esse dilema e quem tá pagando caro é o povo.