O primeiro dia do Encontro econômico Brasil Alemanha discutiu, dentre outras coisas, as oportunidades de cooperação e de estreitamento das relações econômicas entre os dois países. O evento acontece pela primeira vez em Natal e reúne líderes do setor empresarial e representantes dos dois governos Na abertura, o encontro contou com a presença do presidente em exercício, Hamilton Mourão, que destacou que a inserção internacional do país é fundamental para a próxima etapa do processo de desenvolvimento econômico brasileiro. “Estamos executando uma agenda econômica para recolocar o Brasil nos trilhos do desenvolvimento, com reequilíbrio das contas públicas e elevação da produtividade”, destacou. Também participaram da abertura do evento o presidente da CNI, Robson Andrade; a governadora do Rio Grande do Norte, Fátima Bezerra; o presidente da Federação das Indústrias Alemãs (BDI), Dieter Kempf; o vice-ministro da Economia e Energia da Alemanha, Thomas Bareisse; e o secretário de Negociações Bilaterais no Oriente Médio, Europa e África, Ministério das Relações Exteriores, Kenneth da Nóbrega.
De acordo com a Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, a Alemanha é o nono maior investidor direto estrangeiro no Brasil, com estoque de US$ 16 bilhões aplicados em setores como metais, automotivo, químico e equipamentos industriais. As empresas brasileiras têm US$ 386 bilhões investidos na Alemanha, com destaque para as áreas de software e serviços e TI, componentes eletrônicos, serviços e negócios, químicos e componentes automotivos. O presidente da Federação das Indústrias Alemães (BDI), Dieter Kempf, declarou que as relações econômicas entre Alemanha e Brasil são estratégicas. “O Brasil é uma das economias mais atraentes da América Latina. Mas se quisermos enfrentar os desafios do século XXI, precisamos de uma indústria forte. Na Alemanha e no Brasil. Há muitas oportunidades no Brasil. Mas sabemos que oportunidades implicam riscos, por isso precisamos de fôlego forte”, disse Kempf. O vice-ministro de Economia da Alemanha, Thomas Bareiss, deu das sinalizações positivas para o empresariado brasileiro. Admitiu que o governo alemão tem interesse e iniciar o mais rapidamente possível as negociações de um Acordo de Dupla Tributação (ADT) e afirmou que o acordo Mercosul-União Europeia é uma prioridade. “Não devemos colocar o acordo Mercosul-EU em jogo. Há muitas vantagens nesse acordo para centenas de milhões de pessoas, na América do Sul e na Europa. A Alemanha é sinônimo de economia forte e também de sustentabilidade, de produtos sustentáveis. Os sinais emitidos pelo Brasil estão sendo bem positivos nesse sentido e tenho certeza de que poderemos implementar os padrões em conjuntos”, avalia o político alemão.
O presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, também defendeu a costura de acordo entre os países para evitar a dupla tributação. “O ADT representa aumento da segurança jurídica, dos investimentos e das exportações, além de estimular a aquisição de tecnologia, com impacto direto na competitividade empresarial. O acordo é essencial entre nações com fluxo intenso de comércios e investimentos”, disse. Amaro Sales, presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte, aproveitou para falar dos potenciais econômicos do Rio Grande do Norte. “O Nordeste e o Rio Grande do Norte devem ser considerados como novas fronteiras para as relações bilaterais Brasil e Alemanha, considerando não apenas o extraordinário potencial turístico e a diversidade da matriz econômica que apresentamos, mas a proximidade entre nossas instituições e o firme propósito dos líderes – de todos as esferas – em consolidar este caminho de diálogo e bons negócios. (…) Na pauta de exportações, por exemplo, o Rio Grande de Norte é o primeiro do Brasil no sal marinho; o 4º lugar nos pescados (em especial o atum) e 5º, nas frutas”.
Para a governadora Fátima Bezerra, a interação entre as economias com potenciais de desenvolvimento como as do RN e dos estados alemães precisa de segurança jurídica e uma ambiente de negócio favorável. “Nossa diretriz é a formação de um ambiente favorável aos negócios. Tenho certeza que, em breve, nosso Estado não será conhecido apenas por suas praias paradisíacas, sua natureza estonteante, sol e vento constantes, mas por ser uma terra de excelentes oportunidades de negócios”, afirmou. O 37º Encontro Econômico Brasil Alemanha (EEBA) é realizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pela Federação das Indústrias Alemães (BDI) com o apoio da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Norte (FIERN).
G1